algumas saudades não merecem ser alimentadas | Edgard Abbehusen

Há momentos na vida em que a sabedoria brota não dos acertos, mas dos erros; não da persistência, mas do abandono. E há erros que, por sua natureza tão contundente, só precisam acontecer uma vez para nos ensinarem lições perenes. Um desses erros, eu aprendi, é insistir em um amor que não nos constrói, mas nos destrói.

Em um determinado momento da nossa vida a gente entende que algumas saudades não merecem ser alimentadas.

A gente não merece um amor que se mostra labirinto de dores e desilusões. Um amor que, em vez de elevar, arrastava para tristeza. Um amor que, ao invés de ser abrigo, é tempestade; ao invés de ser companhia, é solidão.

Que possamos reconhecer os amores que nos elevam e distinguir dos que nos diminuem. Que tenhamos a coragem de nos despedir sem olhar para trás, sabendo que, em alguns casos, errar uma vez é mais do que suficiente para aprendermos a acertar sempre em nome da nossa própria paz. E que a paz de espírito não é apenas um estado de calmaria, é uma escolha. Uma escolha diária.