É quase certo que o barco balança pra gente aprender muita coisa. Que a terra trepida pra que caia os frutos podres de uma árvore que a gente cuidou com muito carinho. Que as dificuldades aparecem para que a gente saiba com quem realmente podemos contar. É que a vida e o nosso barquinho seguem navegando. A gente se agarra na fé. Pede proteção. Diz que queremos nos livrar de todo mal. Pedimos isso com tanta força e com tanta verdade, e quando a gente menos espera, pessoas saem da nossa frente. Do nada. Ficamos sem entender, questionamos, mas só depois de um tempo constatamos o que estava claro o tempo inteiro. Tudo o que a gente quer, no fundo, é ter essa convicção. Os bons amigos. Familiares de sangue e de alma que estão do nosso lado para o que der e vier. Pessoas que cruzam o nosso caminho para ficar. Para tornar a nossa vida melhor. Para dizer pra gente através de um olhar ou com um abraço, sem falar uma palavra: “pode chorar. Meu ombro está aqui. fica bem. eu entendo as suas dores. Você é especial”. E quando olhamos para trás, respiramos aliviados por ter visto. por ter enxergado. Por saber, com todos os detalhes, quem é quem. Ainda bem.