Um dia uma mãe me contou, com os olhos carregados de cansaço e amor, que o sonho dela era ter um dia de pai. Disse-me que desde que se tornou mãe, nunca mais seu coração descansou. “Ser mãe é ser eternamente estendida entre o amor e o dever,” ela suspirou, “meu sono nunca mais foi o mesmo, meus sonhos agora são os sonhos deles.”
Ela falou sobre a força que parece superar a própria natureza, como se fosse maior do que ela mesma. “Pai é pai, e existem pais dedicados, presentes, esforçados, mas a sociedade nunca os cobra como cobra uma mãe. Quando saio com meu marido, ninguém pergunta a ele onde estão as crianças. A pergunta vem sempre para mim.” Sua voz era de frustração, seu olhar de resignação.
Ela queria apenas um dia de pai, um dia sem o peso das expectativas alheias, um dia para respirar sem sentir o julgamento constante. Mas, mesmo com todo o cansaço e exaustão, ela me disse: “Ser mãe foi o maior presente da minha vida. É minha missão divina. É isso que me faz sentir viva.”
Ao me contar isso, seus olhos brilharam. “Se eu tivesse que escolher,” ela concluiu, “escolheria ser mãe em todas as outras vidas que pudesse ter.”
Que a gente compreenda as “mães” da nossa vida. Esposas, irmãs, tias, avós. Cuidar é tão dividido quanto compartilhado, onde as responsabilidades e as alegrias são distribuídas, repartidas.
Depois desse papo, eu fico de cá pensando: será que nós homens aguentaríamos um dia de mãe?
